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Novo ensino médio pode gerar vestibulares mais exigentes

Com as mudanças propostas para uma reforma no ensino médio e a espera pela definição da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento colaborativo que definirá os conteúdos e conhecimentos necessários para cada segmento da Educação Básica, o destino dos vestibulares do País e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também podem estar prestes a mudar.

Na última sexta-feira (23/09), o portal de notícias G1 entrevistou o ministro da Educação, Mendonça Filho, e a secretária-executiva do Ministério da Educação (MEC), Maria Helena Guimarães de Castro, para entender quais os reflexos da Medida Provisória na principal prova de acesso ao ensino superior brasileiro, o Enem.

Segundo Mendonça Filho, o Enem 2016 não sofrerá nenhum tipo de mudança. Para as futuras edições da prova e também de outros vestibulares nacionais, após a implementação das novas regras, as instituições terão a liberdade de escolher os conteúdos cobrados nos processos seletivos, se baseando tanto no conteúdo obrigatório proposto pela Base Nacional Comum quanto no currículo flexível da reforma do ensino médio. ""Um teste como o Enem não está condicionado a uma definição expressa na lei. Ele é definido a partir de uma avaliação de um conteúdo que ele vai ser dimensionado", explicou o ministro ao portal de notícias.

Já a secretária-executiva do MEC disse que ainda não é possível definir o que vai acontecer no futuro, mas sustenta a hipótese de que as provas ficarão mais exigentes. Para ela, uma das referências nacionais em processo seletivo é o vestibular da Fuvest, que seleciona estudantes para os cursos da Universidade de São Paulo (USP) e para a Escola de Ciências Médicas da Santa Casa.

Maria Helena ainda sugeriu outras possibilidades para os próximos anos, como a opção de manter um Enem nacional pautado pelos conteúdos da BNCC e avaliações nacionais ou das próprias universidades que cubram os conceitos das áreas de aprofundamento.

"Então, por exemplo: para entrar no curso de medicina, eu posso ter uma prova nacional só na área de aprofundamento de ciências da saúde, pegando mais biologia, química e até matemática, depois de ter feito a prova da base nacional comum obrigatória para todos", explicou ao G1. A secretaria também citou a possibilidade da prova de aprofundamento, na área escolhida pelo estudante, ser muito mais exigente do que o atual Enem, seguindo diretrizes do que é, por exemplo, o vestibular da USP hoje em dia.

Para o Enem 2017, Maria Helena diz que os reflexos da reforma ainda não devem ocasionar mudanças na estrutura da prova, já que a Base Nacional Comum com os conteúdos obrigatórios ainda não foi aprovada. A expectativa, segundo a secretária, é que o documento seja definido até o final do ano que vem.

Fonte: Universia Brasil.